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quarta-feira, 8 de maio de 2013

19ª Questão: Como conviver com a doença bipolar e mudanças de vida social?




Esta pergunta foi feita pela leitora Sara Silva. Obrigada pela sua participação, Sara Silva, a Dra. Sumpter responderá à sua pergunta.


Cara Sara Silva,

Antes de avançar com qualquer pensamento/conselho sobre este assunto, pretendo aqui deixar notificado que não estou a pretender ser rude, ao partilhar da minha opinião pessoal. Este blog é dedicado a conselhos, desenvolvimento de pensamentos, algo mais sentimental e emocional. Opinar sobre um facto, no caso, de uma doença, seria ser rude se dissesse que compreendo. Posso dizer o que sinto, partilhar de uma opinião, mas não menosprezo as pessoas que diariamente lutam contra esta doença.

Deixada a notificação, fica a minha partilha.

Partimos do facto de que a doença bipolar controla o humor do paciente. Aliás, é caracterizada por ser uma doença já que o paciente não controla as alterações de humor..

Mas ciência de lado e partindo do pressuposto que este blog é inteiramente visitado por humanos, consideramos que o paciente é humano. É uma pessoa. Com doença ou não essa pessoa tem sentimentos.

Deverá compreender-se que os vive de forma bem mais intensificada que os demais. Pois luta diariamente para a resposta incógnita de todas as suas perguntas.

Mas quantos de nós encontra-se todo o dia a tentar encontrar respostas às demais perguntas?

No entanto muitos de nós consegue seguir de um pensamento para o outro milhares de vezes sem conta e sem  que o seu humor se altere. Mas existem alguns pensamentos que alteram o nosso humor certo? Quantos de nós ao pensar numa situação feliz, sorri, e uma situação triste, chora? Agora creio que será multiplicar essa constante por diversas vezes ao dia, e sem conseguir controlar.

Nós embora nos sintamos do mesmo modo conseguimos saltar de sensação para sensação e mudar facilmente aquilo que pensamos e sentimos se tivermos força de vontade.

Agora, há diversos "graus" do ponto cientifico para caracterizar esta doença. Mas para simplificar, basta multiplicar o número de vezes que pensamos/sentimos x10, x100, x1000 conforme paciente para paciente. É fundamental a terapia psicóloga nestes pontos.

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Contudo não querendo afastar o teor da questão, o motivo do referido anteriormente serve para única e exclusivamente compreenderem e não subestimarem uma pessoa que sofra de um distúrbio se assim o podemos chamar, bipolar.

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Eu tenho mais de mil pensamentos neste momento a cruzarem-se sobre como na realidade debruçar-me sobre este assunto. Mas pesando os dois lados da balança, se esta condição fosse parte da minha vida, eu provavelmente teria que delinear várias Metas e superar diversos obstáculos.

Se tivesse que enumerar talvez passasse pelos seguintes pontos:

1. Compreender.
2. Reconhecer.
3. Objectivar
4. Concluir

1. Devemos compreender qual é o nosso estado. A que ponto estamos? No que mais temos dificuldade? Com as mudanças na vida social* , e constantes, como conseguimos delinear objectivos?

2. Devemos reconhecer o que nos é mais importante, o que realça valor na nossa vida, o que podemos fazer para melhorar? Que metas posso estabelecer para controlar todas as sensações e alterações constantes? O que influencia a minha vida e as pessoas à minha volta com aquilo que sinto/faço? Como agir? Como atenuar sobre as diferentes alterações de humor e conseguir ultrapassá-las e compreendê-las?

3. A partir do ponto que compreendo a minha situação, que reconheço os meus pontos fracos, terei de aprender a lidar com eles.

 - Neste ponto quero mencionar algo importante. Em outras questões eu já referi que há algo que devemos ser: Nós próprios. Não subir a 120Km/h, não descer a 120Km/h. Delinear. Não ultrapassar os 60Km/H, não descer. Estabilizar, confiar em nós próprios. Aquilo que somos e naquilo que pretendemos ser. (referência à questão 15ª).

Devemos recordar o quão poderosa é realmente a nossa Mente. E aquilo que ela pode fazer connosco se não aprendermos a controlá-lá e mostrar quem manda. Não há ninguém, para além de nós. Devemos estabelecer um ponto de equilíbrio onde reunimos-nos com o nosso próprio EU - Especial e Único.

Sabendo quem somos e com quem nos encontramos a lidar, está na hora de nos contrariarmos por diversas vezes e aprender a fazer o que é melhor para nós.

Diria que sabendo que socialmente tanto estou triste, como estou feliz, é a hora indicada para mentalizarmos a estabilidade e não subir tão alto quanto possamos descer, e tão rápido. Estável. Numa constante.

Há algum receio que eu queira ultrapassar? O que posso fazer para esse receio terminar? Se não sei, como posso encontrar respostas? Quem me pode ajudar? Com calma. Sem receios ou alterações, decifrar o que nos é realmente importante e para o que nos devemos dedicar.

Tendo isto feito, está na hora de:

4. Concluir: Recolher o que conseguiste encontrar de resposta e usar para teu próprio benefício. Se triste, ver o que te faz feliz, o suficiente para não subir ao ponto de voltar a descer, mas estabilizar. Se zangado, o que te faz calmo? Se irritado o que te vai satisfazer? Se é benéfico para ti, e te sentes seguro com a tua decisão, concretiza-a. É a partir da experiência que tiras a aprendizagem. Quanto mais experiências pores à prova maior conhecimento e sabedoria vais aproveitar.

***

* Mais cedo referi parte desta questão que vai no seguimento das constantes alterações que sofremos na vida social. É uma realidade crua que vivemos diariamente. Mas partindo do ponto que nos encontramos, somos capazes de lidar com as constantes alterações que vamos sofrendo. Originalmente uns mais "abruptamente" que outros.

Mas não obstante como já referido antes o saber parte, da experiência

Todos tiramos proveito de cada experiência que vivemos em nosso benefício. Devemos valorizá-la e saber usá-la convenientemente na aprendizagem de quem originalmente somos e o que originalmente pensamos.

Todas as doenças são barreiras, mas não tão altas quanto a mente não possa ser. A verdadeira força de vontade move "mundos e fundos". Temos exemplos na sociedade constantemente. Pessoas sem mãos que são cabeleireiras, pessoas sem mãos e pés que rodeiam o mundo em palestras, pessoas inacreditáveis que se superam diariamente.

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Vou fazer referência a uma música de Raul Seixas - Eu sou Egoísta.

A música tem um verso que diz o seguinte:

Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei... sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito do fel
E que a guerra é produto da paz.

Este verso remota exatamente a literatura e cultura antiga, fernando pessoa inclusive quando dizia que ser descontente é ser homem (referência ao verso quinto império).

As pessoas diáriamente lutam para encontrar a paz, a felicidade, algo sentimentalista, algo materialista... Contudo se encontrarem o que procuram não se encontraram na realidade satisfeitas, daí o paradigma do ser humano ser insatisfeito por natureza..

Aqui Raul Seixas informa-nos que agradece pelo facto de ter o "vinagre e o vinho" , os obstáculos, a "tentação no caminho", os desafios, porque afinal o Homem é o exercício que faz.

Acredito que contrariarmos as nossas próprias razões para encontrar novos fundamentos e fortalecer os que já temos por garantia devido à nossa própria experiência nos valoriza enquanto humanos.

A Guerra é produto da Paz. Logo, Sem Guerra não Há Paz.

***

Se para nós enquanto "naturais" cidadãos nos vemos numa encruzilhada diariamente contra as nossas próprias icógnicas, alguém que sofra da uma pressão (no fim acaba por ser uma pressão), psicológica em função às suas emoções (caracterizando a doença bipolar), claro que será sempre um desafio.

Não deve ser encarado de forma subestimada, mas também não se deverá subjulgar.

É um desafio. Ponto. Deve encarar.  



Não é fácil, mas quem falou que é fácil



Recorde-se: A vida tem os seus próprios desafios mas é o desafio que despoleta a vida em nós. Devemos encará-los, analizá-los, respeitá-los, contra atacá-los, e vencê-los.



- Espero ter esclarecido a sua dúvida, cara Sara Silva. Mais uma vez obrigada pela sua participação.


Atenciosamente,

Dra. Sumpter.

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